Você acabou de abrir seu escritório de advocacia ou está planejando fazê-lo em breve? Um dos primeiros passos cruciais é entender o pró-labore para escritórios de advocacia, ou seja, a remuneração dos sócios. Este termo, que pode parecer complexo à primeira vista, é um elemento chave na gestão financeira e tributária de seu escritório.
Neste artigo, vamos explorar o que é o pró-labore, como ele funciona especificamente no contexto da advocacia, sua obrigatoriedade, e como se diferencia de outros tipos de remuneração, como salários, distribuição de lucros e honorários advocatícios.
Esteja você no início de sua jornada jurídica ou já estabelecido no campo, este guia é um recurso valioso para garantir que sua abordagem ao pró-labore esteja alinhada com as melhores práticas e normas legais.
O que é pró-labore?
O termo “pró-labore” vem do latim e significa “pelo trabalho”. No contexto da advocacia, o pró-labore refere-se à remuneração destinada aos sócios do escritório por sua atuação administrativa ou operacional. Diferente dos honorários advocatícios, que os clientes pagam pelo serviço jurídico prestado, os sócios recebem regularmente o pró-labore pela gestão e trabalho realizado na condução do negócio.
Esta remuneração é essencial para a saúde financeira do escritório, assegurando a compensação justa dos sócios por seu esforço e dedicação. Além disso, o pró-labore é fundamental para a correta administração fiscal e tributária do negócio, já que possui características e obrigações fiscais específicas, distintas de outras formas de remuneração.
Como funciona o Pró-labore para Escritórios de Advocacia?
Ao mergulhar no universo da advocacia, entender o funcionamento do pró-labore se torna essencial. Em escritórios de advocacia, o pró-labore opera de maneira semelhante a outras empresas, com nuances específicas à profissão.
Inicialmente, os sócios devem se reunir para definir o valor da remuneração do pró-labore. Este valor, conforme a legislação, deve ser superior ao salário-mínimo vigente. A decisão sobre o montante deve levar em conta não apenas as obrigações legais, mas também a situação financeira do escritório e a contribuição individual de cada sócio.
Os sócios devem realizar o pagamento do pró-labore assim que o escritório começa a faturar. É importante destacar que nenhum outro pagamento aos sócios pode ocorrer até que se efetue o pró-labore. Essa regra visa garantir que os sócios estejam devidamente remunerados pelo seu trabalho, antes de qualquer outra distribuição financeira.
Um aspecto crucial do pró-labore na advocacia é a sua contribuição para a previdência social. Frequentemente, a retirada do pró-labore é realizada mensalmente, facilitando a contribuição previdenciária dos sócios. Essa prática regular não apenas ajuda na organização financeira do escritório, mas também assegura que os sócios estejam cumprindo com suas obrigações fiscais e previdenciárias.

O pró-labore para Escritórios de Advocacia é obrigatório?
Um questionamento comum entre os advogados, especialmente aqueles que estão iniciando suas práticas ou se associando a um escritório, é sobre a obrigatoriedade do pró-labore. A resposta tem nuances importantes que precisam ser compreendidas, embora pareça simples.
De acordo com as normativas legais, não existe uma obrigatoriedade explícita para o pagamento do pró-labore. No entanto, na prática, é altamente recomendável que os escritórios de advocacia adotem essa prática.
O pró-labore atua como uma ferramenta de remuneração justa, garantindo a compensação dos sócios pelo tempo e esforço dedicados à gestão e ao trabalho no escritório. Além disso, contribui para uma distribuição equitativa dos lucros e uma gestão financeira saudável.
Outro ponto a ser considerado é a questão da contribuição previdenciária. Embora o pró-labore não seja obrigatório por lei, a contribuição previdenciária dos sócios é. Isso significa que, na ausência de um pró-labore formalizado, os sócios podem enfrentar dificuldades em comprovar renda e realizar suas contribuições à previdência social.
Assim, a implementação do pró-labore acaba sendo uma estratégia eficiente para assegurar a conformidade legal e previdenciária dos sócios.
Qual a diferença entre salário e pró-labore?
Uma das dúvidas mais comuns entre advogados e sócios de escritórios de advocacia é a distinção entre salário e pró-labore. Compreender essa diferença é crucial para uma gestão financeira e tributária eficiente.
O salário é a remuneração paga aos empregados pelo trabalho que realizam. Ele está sujeito às regras da legislação trabalhista, incluindo direitos como 13º salário, férias, FGTS, entre outros.
Já o pró-labore, embora também seja uma remuneração pelo trabalho, é destinado aos sócios da empresa. Diferente do salário, o pró-labore não está sujeito às mesmas obrigações trabalhistas, como pagamento de férias e 13º salário.
Essa distinção é fundamental, pois enquanto o salário está associado a uma relação de emprego, o pró-labore está vinculado a uma relação societária.
O pró-labore remunera os sócios pelo trabalho que desenvolvem no escritório, não estabelecendo um vínculo empregatício. Essa diferenciação afeta diretamente o tratamento das remunerações sob o ponto de vista fiscal e tributário.
Qual a diferença entre pró-labore e distribuição de lucros?
Uma questão fundamental na gestão financeira é compreender a diferença entre pró-labore e distribuição dos lucros para escritórios de advocacia. Embora ambos se refiram a formas de remuneração dos sócios, eles têm naturezas e implicações distintas.
O pró-labore, como já discutido, é a remuneração atribuída aos sócios pelo trabalho efetivamente realizado no escritório. Os sócios determinam o pró-labore com base em critérios acordados e o valor deve exceder o salário mínimo.
Por outro lado, a distribuição dos lucros refere-se à parcela do lucro líquido do escritório distribuída aos sócios. Esta distribuição é proporcional à participação de cada sócio no capital social, conforme definido no contrato social.
Um aspecto importante a ser destacado é que, enquanto o pró-labore está sujeito à incidência de tributos, a distribuição dos lucros, de acordo com a legislação brasileira, não é tributada. Esse é um ponto crucial para a estratégia financeira e tributária do escritório, pois permite uma gestão mais eficiente dos recursos e um planejamento tributário mais adequado.
Qual a diferença entre o pró-labore e honorários advocatícios?
Outra distinção importante no âmbito financeiro de um escritório de advocacia é entre o pró-labore e os honorários advocatícios. Compreender essa diferença é crucial para uma gestão eficaz e uma distribuição adequada dos recursos.
Os honorários advocatícios representam o valor pago a um profissional autônomo pela prestação de serviços jurídicos. Este pagamento pode ser baseado em um contrato, por sucumbência, ou arbitrado. Os honorários são, portanto, a remuneração direta pelo serviço jurídico prestado ao cliente.
Por outro lado, o pró-labore, como já mencionado, é a remuneração dos sócios pelo trabalho desempenhado na gestão e operação do escritório. Não está vinculado diretamente aos serviços prestados aos clientes, mas ao funcionamento interno e à administração do escritório.
Essa distinção é fundamental para a organização financeira do escritório. Enquanto os honorários são variáveis e dependentes dos casos atendidos e dos contratos firmados, o pró-labore é uma remuneração mais regular, refletindo a contribuição dos sócios para o escritório em si, não apenas para os casos jurídicos.
Como calcular o pró-labore na advocacia?
Calcular o pró-labore para escritórios de advocacia é uma tarefa que requer atenção e precisão. O processo inicia com a definição de que o valor do pró-labore deve ser maior do que um salário mínimo, conforme a legislação. Entretanto, é essencial que os sócios cheguem a um acordo sobre um valor que seja justo e sustentável para o escritório.
Para facilitar esse acordo, é importante considerar alguns pontos-chave. Primeiro, a função e a responsabilidade de cada sócio dentro do escritório. Alguém que assume maiores responsabilidades ou desempenha funções críticas pode justificar um pró-labore maior.
Em segundo lugar, a situação econômica do escritório é um fator decisivo. Não é viável fixar um pró-labore que comprometa a saúde financeira do negócio.
Por último, uma análise do mercado é útil para entender a porcentagem paga por outros escritórios, garantindo que o valor esteja em linha com as práticas do setor.
Essa abordagem equilibrada e considerada assegura que o pró-labore seja justo, refletindo a contribuição individual e a realidade financeira do escritório, ao mesmo tempo em que mantém a competitividade e a sustentabilidade do negócio.
Quais tributos incidem sobre o pró-labore de advogados?
No universo da advocacia, compreender a tributação sobre o pró-labore é um aspecto vital para a conformidade fiscal e uma gestão tributária eficiente. A tributação do pró-labore varia conforme o regime tributário adotado pelo escritório.
Para escritórios enquadrados no Simples Nacional, que se enquadram no Anexo IV, a tributação sobre o pró-labore inclui a contribuição patronal de 20% do INSS. Além disso, há a alíquota de 11% referente à contribuição previdenciária do sócio, totalizando uma alíquota efetiva de 31%.
No caso dos escritórios optantes pelo regime de Lucro Presumido, os encargos sociais incidem em 20% sobre o valor do pró-labore. Adicionalmente, os sócios devem arcar com 11% de INSS, retido na fonte, e estar atentos ao Imposto de Renda, conforme a tabela progressiva da Receita Federal.
Como o pró-labore é declarado no Imposto de Renda?
A declaração do pró-labore no Imposto de Renda é um passo importante para a conformidade fiscal dos sócios de um escritório de advocacia. O pró-labore recebido deve ser declarado como “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”. É essencial especificar o nome e o CNPJ do escritório, a quantia do rendimento, o valor do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) e a contribuição previdenciária.
Este processo garante que os sócios estejam em dia com suas obrigações fiscais, evitando complicações com a Receita Federal. Além disso, a declaração correta do pró-labore ajuda a manter uma separação clara entre as finanças pessoais dos sócios e as do escritório, uma prática essencial para uma gestão financeira saudável e transparente.
Conclusão
Com o entendimento aprofundado sobre o pró-labore na advocacia, desde sua definição até sua declaração no Imposto de Renda, fica claro o papel crucial que desempenha na gestão financeira e tributária de um escritório de advocacia. O pró-labore não apenas assegura uma remuneração justa e regular para os sócios, mas também ajuda a manter a conformidade fiscal e previdenciária.
Os advogados, sejam recém-formados ou experientes, devem estar atentos a todos esses aspectos para garantir a saúde financeira de seus escritórios e a conformidade legal de suas práticas. Uma compreensão clara do pró-labore e suas implicações é indispensável para a administração eficaz e o sucesso a longo prazo de qualquer escritório de advocacia.
Se você é advogado e deseja saber mais sobre como a distribuição correta do Pró-labore pode beneficiar o seu escritório, ou precisa de assistência especializada para a gestão fiscal e tributária do seu negócio, entre em contato conosco. Nossa equipe de contabilidade especializada está pronta para ajudá-lo a navegar pelo mundo das finanças e garantir o melhor caminho para o sucesso do seu escritório.
Perguntas Frequentes FAQs
O que é pró-labore? Pró-labore é a remuneração dos sócios pelo trabalho administrativo e operacional realizado no escritório, distinto dos honorários advocatícios.
Como funciona o pró-labore em escritórios de advocacia?Os sócios definem o valor do pró-labore, que deve ser superior ao salário mínimo. O pagamento é realizado mensalmente e contribui para a previdência social.
O pró-labore para escritórios de advocacia é obrigatório? Não é obrigatório por lei, mas é altamente recomendável para garantir remuneração justa e cumprimento de obrigações previdenciárias.
Qual a diferença entre salário e pró-labore? O salário é pago a empregados e está sujeito a direitos trabalhistas, enquanto o pró-labore é destinado aos sócios e não está sujeito às mesmas obrigações trabalhistas.
Qual a diferença entre pró-labore e distribuição de lucros? Pró-labore é a remuneração pelo trabalho dos sócios, sujeito a tributos. A distribuição de lucros é a partilha dos ganhos líquidos, geralmente isenta de impostos.
Quais tributos incidem sobre o pró-labore de advogados? Incidem 20% de contribuição patronal do INSS e 11% de contribuição previdenciária do sócio, além do Imposto de Renda conforme a tabela progressiva.
Como o pró-labore é declarado no Imposto de Renda? Deve ser declarado como “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica”, especificando a quantia recebida, o IRRF e a contribuição previdenciária.